segunda-feira, 23 de julho de 2007

O MUDEJAR E O MOÇÁRABE

(resumo de apontamentos para aula de arte cemiterial)

Mudéjar é uma arte eclética, um estilo carregado do mestiçagem, a junção sábia de elementos do cristianismo e Islamismo. Na estrutura e na distribuição dos espaços os pormenores românicos ou são predominantes, de acordo com o tempo. Mas, a característica definidora desta arte é o uso dos métodos construtivos e materiais da tradição Islâmica, como o tijolo e a cerâmica, das contribuições que originem uma arte excelente que permaneça viva, chegando mesmo, até que as manifestações contemporâneas (estilo a neomudéjar, século XIX), que no Brasil terão lugar na arte cemiterial.

Esse estilo é, em muitos exemplos, puramente moura, outras vezes não conserva de maometano senão o exterior; a técnica ou o ritmo enxertados num organismo setentrional e cristão; falta-lhe alma e poesia e como o contato com a arte gótica não a tornou fecunda, manteve-se durante séculos como arte escrava, que não se engalana por prazer ou necessidade estética, mas só para agradar a gentes estranhas e faustosas Já a arte moçárabe é substancial; dentro de uma flexibilidade enorme para adotar formas e processos vários. Há nela um princípio de originalidade que dá caracteres fisionômicos a todo o grupo; não se confunde com muçulmano; não segue a marcha compassada, progressiva, unilateral da arte européia; tem uma frescura de invenção, um individualismo que, ao que parece, se deu anteriormente na arte visigótica e que não voltamos a encontrar senão no Oriente.